terça-feira, 18 de março de 2014

Corri uma meia maratona!

3 meses e 458km atrás, sob efeito das endorfinas dos 10km da corrida dos Descobrimentos, desafiei uma amiga a fazer uma meia maratona. Seria a Meia Maratona EDP a 16 de Março. Posto isto, recorremos à aplicação da MyAsics para,  de acordo com as nossas capacidades e objectivos formular um plano que nos transportaria à Meia Maratona... aos 21,1km.
Durante 3 meses e 458km resistimos ao frio, à chuva, ao vento, ao cansaço após um longo dia de trabalho. Em cada dia que o calendário assinalava um novo treino, as roupas do dia-a-dia davam lugar ao impermeável e aos ténis. Recordo a tarde em que o jogo do Benfica x Sporting foi cancelado devido às más condições climatéricas e nós... nós fomos correr! Com vento, chuva, tempestade de areia que acompanharam cada um dos 14km percorridos... e chegámos ao fim com a felicidade única de ultrapassar as dificuldades de mais aquele dia. Os dias sucediam-se rapidamente e o dia da prova estava cada vez mais perto. Tornava-se cada vez mais real.


Depois de 3 meses e 458km chegou o dia esperado.
Amanheceu um domingo solarengo que trouxe o nervoso miudinho. Surgiam as últimas dúvidas: levar boné? calças ou corsários? Últimas idas à casa de banho. Combinações de última hora. Conferir o equipamento. Passava pouco das 8h da manhã já estavamos a caminho de Belém.


Deixámos o carro onde terminaria a prova e fomos, com um grupo de amigos e com muitas das 40.000 pessoas inscritas rumo à estação do Pragal. Aqui começou a única coisa menos boa da prova. A passagem da estação ao tabuleiro da ponte revelou-se a prova dura do dia. A prova começava às 10h30 mas a essa hora ainda não tinhamos sequer chegado ao local da partida. Esperávamos no meio de uma multidão, ao sol. Há uma boa descrição do que aconteceu AQUI.

"Quando passei por baixo do pórtico da partida e iniciei o cronometro estava literalmente parado. Aliás, estava parado atrás de um grupo que tirava uma selfie (!!!). Os primeiros 3km foram absurdos. Parava, arrancava, fazia sprint, travava, saltava por cima do rail, serpenteava, parava outra vez.... 
...ATENÇÃO! Não tenho absolutamente nada contra quem vai a andar ou a correr a meia devagar, mas porque não fazer a partida por grupos de tempo?? É tão simples como isso!! Cada um corre ao ritmo que quer e pronto! Isto se conseguirem chegar a horas à partida, claro... Até digo mais, se a ideia é arranjar um número absurdo de pessoas a passar a ponte a andar e fazer uma grande festa de familia, porque não meter o Tony Carreira a dar um concerto no fim, à mega pic-nic do continente? Não lhe chamem é Meia-Maratona, que o pessoal ainda pensa que vai lá correr..."
(excerto do blog "Quarenta e dois" AQUI)

Tentando esquecer o menos bom, por volta das 11h o nosso relógio marcou o que seria o início daquela aventura. Vinte e um kilómetros! Caramba, quando é que, há um ano imaginávamos que tal fosse possível?

Os primeiros km foram quase impossíveis... o pára arranca e o zigzag entre as pessoas que foram passear quebrou completamente o ritmo e só quando nos separámos das pessoas da Mini é que deu para correr mais à vontade.
Estava mesmo muito calor mas, nisto a organização esteve de parabéns, não faltaram postos de abastecimento. Água, Powerade, bananas, laranjas. Fiz como tinha planeado e abasteci em cada um deles. Vi muita gente desmaiada, cercada por INEM, a soro e penso que o boné, o protector solar e a hidratação foram fundamentais. Achei que a quebra viria após o 15ºkm e mantivemo-nos sempre na velocidade planeada (5:15min/km) apesar de achar que conseguiríamos mais velocidade mas optámos por nos mantermos na segurança de aguentar cada passada.
A meta aproximava-se. Depois de 3 meses e 458km, chegavamos ao fim do nosso objectivo: os vinte e um kilómetros. A adrenalina no sprint final e a felicidade de dever cumprido em menos de 2horas.


Nada, naquele momento, importava mais do que aquilo. Passar a meta, depois de tanto esforço, é uma sensação única.

Obrigada a todos os que partilharam o esforço destes 3 meses e 458km. Obrigada ao D. pela paciência e pelas dicas, por acreditar que seríamos capazes. E obrigada à amiga A. que esteve lá a cada km, a cada passo, a cada vontade de desistir. Obrigada!

E depois da meia, o que virá?

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